10 de fevereiro de 2010

Florença, Itália


“Itália sempre foi um dos meus destinos mais desejados.

No dia 5 de Maio, ao final da tarde, cheguei ao aeroporto de Florença, capital da região Toscana. Tinham chegado vários voos e via-se imensa gente. Mas não pude perder muito tempo no aeroporto, pois tinha transporte que me ia levar até ao hotel onde eu ia ficar alojada. Hotel Cerretani Firenze era o seu nome. A localização era fantástica! Ficava situado na principal rua de Florença, ligando a estação ferroviária até à catedral, e apenas a uma curta distância a pé dos principais monumentos no centro histórico.

Arrumei as malas e acomodei-me. Comi uma refeição leve e não consegui esperar mais, tive de satisfazer a minha curiosidade! Peguei na minha máquina fotográfica, indispensável, e na minha mochila e meti os pés à rua. Impressionou-me a quantidade de pessoas que andavam na rua àquela hora, visto serem 21h!

Andei a vaguear e fui até à zona do rio Arno, onde havia várias ruelas com bares muito simpáticos. Foi então que decidi entrar num dos bares da margem do rio, chamado La Dolce Vita. Estava um ambiente muito agradável! Uns sentados em mesas em amena cavaqueira, outros a dançar ao som de uma música típica italiana. Sentei-me ao balcão e logo uma figura muito simpática me atendeu! Era um senhor alto, de pele muito branca, com cabelos encaracolados escuros e olhos verde-esmeralda. “Buona sera!”, disse ele. Logo lhe respondi: “Buona sera, but I’m not Italian. I´m Portuguese.”. E foi este o início de uma longa conversa!

Quando dei conta das horas, já eram 23h45. Estava bastante cansada da viagem e regressei ao hotel.

Na manhã seguinte, levantei-me cedinho, por volta das 9h, e fui tomar o pequeno-almoço ao Acqua, um café que havia na rua do hotel. Comi uns pastéis tão bons que me tiraram a barriga de misérias!

Passear em Florença é como percorrer um museu ao ar livre, com uma obra-prima em cada esquina! Durante a manhã, visitei a Igreja de Ognissanti, com afrescos de Botticeli e Ghirlandaio, a Catedral de Santa Maria Novella, onde está a Trindade de Masaccio, e a Igreja do Espírito Santo, onde se encontra a Madonna de Filippino Lippi.

Depois daquela longa manhã, parei num restaurante chamado Antico Fattore. Estava ansiosa por provar um pouco da gastronomia italiana! Foi-me aconselhada uma sopa de legumes, de nome Ribollita, e frango à italiana, o chamado Pollo Alla Diavola. Absolutamente divinal!

Com a mochila às costas e a máquina fotográfica ao pescoço, lá fui eu pela rua fora. Dirigi-me à Piazza Della Signoria, o coração de Florença. Esta praça é dominada pela torre do Palazzo Vecchio, cercada por um grupo magnífico de esculturas, onde se destacam o Perseu de Cellini e o Rapto das Sabinas de Giambologna. Mais tarde, fui até ao Palazzo Strozzi, um verdadeiro testemunho da arte durante o Renascimento!

Por volta das 19h30, voltei ao hotel para tomar um duche e arranjar-me, pois ia desfrutar de um dos mais típicos hábitos de Florença, a ópera. Jantei no hotel e fui imediatamente para o Teatro Comunale. Foi realmente um grande espectáculo!

Infelizmente, tive de voltar para Portugal no dia seguinte, mas espero um dia voltar!”

Durante esta viagem, conheci e dialoguei com várias pessoas, não só italianos, e passei a conhecer um pouco mais da sua cultura. Comparativamente com Portugal, a cultura italiana é bastante diferente, principalmente pelos hábitos que se criam entre as pessoas. O simples facto de pessoas de todas as idades saírem para se divertir ou o hábito de ir ao teatro e/ou à ópera, coisa que em Portugal raramente acontece, marca a diferença. Em Itália, dá-se muito valor ao convívio e, depois desta viagem, também eu o comecei a valorizar. Tomei consciência de como conviver com outras culturas é enriquecedor e contribui para o nosso desenvolvimento pessoal e, por isso, sou a favor do interculturalismo fomentando o diálogo entre as diferentes culturas.

"Florença não é um lugar para quem aprecia construções de aço e alumínio. É a cidade dos apaixonados, dos artistas e dos sonhadores. Das pessoas que vêem a vida com olhos de poeta, ouvidos de músico e coração de quem ama. É uma cidade eterna, um momento iluminado de genialidade artística, e que pode ser sentido caminhando entre as suas ruas, praças e casas. É até mesmo muito mais do que isto. É um exemplo vivo do que a espécie humana pode fazer de bom quando se dedica a ideais elevados!"

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