12 de fevereiro de 2010

Uma Viagem, novas cultura, novos horizontes

Hoje, quarta-feira, cheguei ao meu destino. Talvez não seja o sítio mais atractivo para se ir de férias, mas a verdade é que não estava com vontade nenhuma de passar outra vez o Verão na praia, apenas a apanhar sol como aqueles a quem a curiosidade não toca. Eu queria ir mais além, conhecer novos mundos, novas culturas, novas pessoas. Por isso, aqui estou eu na Roménia, destino longínquo onde nunca tinha pensado ir.
São oito da manhã, hora local, e acabei de chegar ao aeroporto. O ambiente aqui está uma completa confusão e mal consigo descobrir onde é a saída. O dia lá fora está claro e apesar de sentir um pouco frio, tenho vontade de partir já para a aventura. No entanto, decidi ficar a manhã no hotel a arrumar as coisas e a descansar depois da longa viagem.
À tarde saí para almoçar. Foi difícil saber onde, mas perguntei a um homem que estava a passar na rua e este respondeu-me num inglês pouco correcto: - There a shopping – disse ele apontando para a direita. Agradeci e segui pela estrada indicada. No shopping era possível identificar a presença de estrangeiros, no entanto, ainda mais impressionante era a enorme quantidade de pessoas ciganas que frequentavam aquele local. Nesse dia e ao longo dos dias seguintes fui tomando consciência que afinal a Roménia é um país visivelmente marcado pela presença deste grupo étnico.
Assim, durante o tempo em que estive no país procurei estar em contacto com pessoas ciganas ou que conhecessem algo sobre a sua cultura, pois a sua grande relevância na sociedade romena suscitou-me bastante interesse.
Os ciganos constituem um povo originário da Índia, que se espalhou por todo o mundo e que, actualmente são, muitas vezes, vítimas de discriminação e racismo nos países onde vivem.
Os ciganos consideram a família sagrada e por ela têm muito respeito. Em geral, constituem famílias muito numerosas e com uma organização fixa. Em relação a isto, podemos notar uma certa divergência relativamente à nossa sociedade, visto que as famílias são cada vez menos valorizadas e cada vez menos é o número que constitui o agregado familiar.
O filhos ciganos representam uma forte fonte de subsistência para a família e começam desde muito cedo a trabalhar, muitas vezes com os pais em feiras ou outros pontos de venda ambulantes, dado que o comércio é uma actividade típica da cultura cigana. As mulheres costumam ficar em casa a cuidar da casa e das crianças ou, por vezes, sujeitam-se à prática de pedir esmola ou à de leitura de mãos como forma de ganharem dinheiro.
Em contraste, nas nossas sociedades, as crianças frequentam a escola durante vários anos e as mulheres têm a possibilidade de trabalhar fora de casa e obter um emprego nas mesmas condições de um homem.
Outro dos pontos de contraste familiar que se verifica é o extremo respeito e importância que os idosos têm no grupo cigano. Para os ciganos os mais velhos são guardiões e transmissores da sua cultura e portanto têm grande relevância na sua hierarquia familiar. Ao contrário, na nossa sociedade, os idosos são considerados como pessoas de menos valor porque não contribuem economicamente, constituindo na maior parte dos casos uma fonte de despesas adicionais.
No cultura cigana, o casamento é, uma das tradições mais preservadas porque representa a continuidade da raça. Este acontece essencialmente entre pessoas pertencentes ao mesmo grupo, sendo que por vezes, o casamento é planeado pelos pais, não tendo os filhos liberdade de expressar a sua opinião.
Outro dos aspectos da cultura cigana é a crença no destino, denominado na filosofia como determinismo. Assim, segundo os ciganos, o destino das crianças é traçado ao nascerem e permanece inalterável ao longo de toda a sua vida.
Ao nível religioso os ciganos, ao contrário da maioria das etnias do mundo, não têm uma religião própria. Para este povo, o mundo do sobrenatural restringe-se à presença de uma energia benéfica, Del ou Devél, e de uma energia maléfica, Beng,
Para além disto, os ciganos também acreditam na vida após a morte e que tudo na vida está escrito nas estrelas.

No final desta viagem, concluí que a cultura cigana apresenta características bastante peculiares e que tem muitas diferenças quando comparada com a nossa cultura.
Assim, após dois meses na Roménia, dou por terminada a minha viagem.

2 comentários:

  1. Roménia? Gostas da Roménia? Alguém que me entende... Oh Roménia, quero mergulhar na tua cultura inóspita, quero conhecer-te, quero tanto sentir-te em mim, ver-te realmente...

    Ligo o computador, coloco o nome que me move na caixa de texto do google, e vejo as imagens doces dos Cárpatos. Até agora apenas consigo isso!:(

    Beijinhos Verónica Fraga

    ResponderEliminar