10 de fevereiro de 2010

Um outro mundo - Guiné


Tudo começou quando a minha escola fez um aviso aos alunos para saber quem queria participar no intercâmbio, fazendo depois um sorteio. Teríamos de ir para o país que fosse proposto mas também teríamos de acolher um aluno desse mesmo país e dessa mesma escola. Pensei em aderir mas ao mesmo tempo eu não saberia como lidar com alguém com culturas tão diferentes da minha.
Bem… isto tudo são menos pormenores e a realidade é que me inscrevi nesse dito sorteio. Passadas mais ou menos duas semanas, i sorteio foi feito e adivinhem… fui sorteada. Fantástico!
Começamos os preparativos para irmos e também para recebermos os alunos.
Eu estava preparadíssima para esta viagem “Perfeita”.
O país que me foi proposto foi Guiné, aceitei de imediato, tinha de lá estar durante uma semana e a aluna viria para Portugal para minha casa também uma semana.
Partimos assim que regressamos das férias da Páscoa. Ainda me lembro como se fosse hoje. Quando lá chegamos fiquei apavorada, nunca tinha visto nada assim. Este país é magnífico mas ao mesmo tempo faz-nos ficar revoltados, pois as pessoas mostram nas suas faces medo, pobreza, ódio, tristeza, dá para ver algo assim faz-nos sentir pequeninos.
Foi para casa, ou melhor dizendo, para uma tenda construída em palha, mas mesmo assim fui muito bem acolhida, adorei a humildade daquelas pessoas e o clima tropical.
Penso que pela primeira vez na vida vivi de uma forma simples, sem estar rodeada por maldade, falsidade mas sim com alegria e amizade.
Em Portugal, eu tinha valores diferentes daqueles que tive de adquirir naquela semana. Eu tinha de sobreviver, não tinha tudo o que tinha no meu país, não precisava das tecnologias, aprendi novas culturas e principalmente fiz amigos para a vida.
A vida daquelas pessoas é extraordinária. Eles não têm tudo á mão, têm de procurar, cultivar e mesmo assim têm tempo para dar valor á família, aos amigos, ao que verdadeiramente interessa, os valores espirituais.
São fantásticos e diria mesmo, são exemplos para todo o mundo.
Podem ser pobres mas não são arrogantes e oferecem o que têm, mesmo sendo pouco.
Hoje digo com toda a certeza que naquela semana aprendi mais que durante os meus 16 anos.
A vida é curta de mais para ser desperdiçada e o ódio não nos leva a lado nenhum.
Vivam com pessoas de outras culturas diferentes e verão que há algo de errado na nossa moral, devendo então tentar mudar o que está errado.
Vânia Vieira, nº25
10ºE

1 comentário: