12 de fevereiro de 2010

Tibete

Liberdade. Um dos meus bens mais preciosos que tenho presente no meu dia-a-dia. Um bem que é quase vital, e infelizmente, não é universal.
Lembro-me quando fui ao Tibete, na busca da me completar e enriquecer pessoalmente, fui visitar um budista. Durante a minha viagem até ao templo, vi inúmeros militares nas ruas, pessoas sobre carregadas com trabalho, e nesta única, singular e pequena aldeia, ninguém tinha a possibilidade de ser libertino, ou mesmo de seguir uma carreira, ter formação. Poucas crianças sabem ler e escrever, pois por volta dos 6/7 anos vão ajudar os pais, no campo e/ou levam o gado a pastar. Quem tem formação por pouca que seja é proveniente dos monges no templo. Pessoas imensamente sábias com quem tive o privilégio de dialogar.
Vim com toada a liberdade de Portugal para cá, e agora sinto-me ígoista. Tantas pessoas que precisam de um bocadinho, por mais pequeno que seja de liberdade, e eu sem consciência da minha libertinagem.
Em Sacha, naquela pequena aldeia toda a população subsistia da agricultura, mas principalmente da pastorícia. Um clima frio, nas montanhas, com solos pouco férteis e vegetação principalmente rasteira. As pessoas vivem em casa simples, pobres mas com a sua família. Vivem juntos e convivem frequentemente falando de tudo, pois toda a gente tem a ver com tudo - nesta pequena aldeia - mas principalmente são humildes. Admiro-os, principalmente a sua humildade. Sempre que posso falo com eles não só para melhorar o meu Mandarim mas também porque sempre que dizem alguma coisa são honestos e puros, não estão corrompidos pelo dinheiro nem pela ganância, apenas subsistem...
Foi a minha melhor viagem, a melhor viagem ao meu eu, e em vez de apenas me enriquecer espiritualmente através dos monges, principalmente cresci, pela interacção com a simplicidade destas pessoas, que vivem ''presas'' sem Liberdade.

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